segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Aumento da tarifa no transporte coletivo gera insatisfação na comunidade

Os usuários do transporte coletivo do Rio Grande estão, em sua maioria, indignados com a alteração no valor da tarifa. Desde domingo, 12, as passagens convencionais tiveram seu preço reajustado de R$ 2,35 para R$ 2,60, índice que corresponde a um acréscimo de 11%. Já o seletivo para o balneário Cassino passou de R$ 3,90 para R$ 4,20.
"Considero um roubo o valor da passagem, é muito caro. Para a realidade do Rio Grande, em que geralmente as distâncias percorridas são pequenas, é um absurdo cobrar tão alto. Pra quem utiliza diariamente o transporte, o gasto é grande. Já morei no Rio de Janeiro, por exemplo, em que os trajetos são muito maiores e os ônibus têm até ar-condicionado. Penso que, com esse preço, a qualidade do transporte deveria, pelo menos, melhorar bastante", disse o estudante Gabriel Xavier.

A sugestão do Conselho Consultivo de Transportes e Trânsito, que analisou planilhas enviadas pelas empresas concessionárias do serviço à Secretaria Municipal da Segurança, dos Transportes e do Trânsito, foi de R$ 2,65, e está baseado em cálculos feitos a partir do Grupo de Estudos para Integração da Política de Transportes (Geipot), do Ministério dos Transportes. Nesses relatórios estão registrados os aumentos de insumos e despesas, volume de passageiros, reajuste da categoria dos trabalhadores em transportes rodoviários e também um comparativo com as tarifas cobradas em outros municípios. Já a solicitação das empresas, protocolada em 15 de dezembro de 2011, sugeria o valor de R$ 3. O conselho é formado por integrantes da administração municipal, da Brigada Militar, da Polícia Civil, das empresas concessionárias, da Urab, do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Rio Grande, da Câmara de Comércio, da OAB, do Crea e da Furg.
"Só em pensar no valor, já é um absurdo. Sendo que não tem preço diferenciado para qualquer trecho. Aí fica caro. Sem contar que comparando ao que se tinha antes na cidade, no que diz respeito ao trânsito, está muito perigoso. Se tivéssemos condições boas de tráfego, até valeria a pena trocar o ônibus por uma moto ou carro, mas do jeito que está o movimento nas ruas, não dá", disse Patrícia Pinto, estudante.
"Esse sistema de integração veio só piorar a rotina de quem precisa do ônibus. As linhas são péssimas, o que antes deixava perto agora deixa muito longe. E esse preço, comparado ao tamanho da cidade, não é justo. Só porque tem muita gente vindo de fora, tem que explorar o bolso de quem mora aqui? Enquanto não tiver concorrência, participação de outras empresas, vai ser isso, fazem o que querem e todo mundo baixa a cabeça", disse a dona de casa Sirlei Silva.
"Concordo que o sistema de integração é uma proposta boa e funciona perfeitamente em muitas outras cidades que estão em processo de crescimento. Mas o monopólio do transporte em Rio Grande faz com que esse método, aqui, não funcione. Se a integração é boa, precisamos de mais empresas, mais condições. O tempo de espera para quem usa diariamente o ônibus aumentou. Antes, quem trabalha na Barra por exemplo, ia direto. Hoje, não. Gerou muita confusão. Baseado nisso e em todos os outros problemas que são de conhecimento público, estou em pleno desacordo com o reajuste da passagem", comentou Antônio de Oliveira, pescador.
O aumento da tarifa do transporte coletivo, equivalente a cerca de 11%, supera a inflação prevista para 2011, de 6,55%.

fonte: http://www.jornalagora.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?e=3&n=24041
Por Anelize Kosinski
anelize@jornalagora.com.br

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