quarta-feira, 4 de julho de 2012

FRACAB NA REUNIÃO DA AGERGS SE MANIFESTOU CONTRA O REAJUSTE DA PASSAGENS DE ÔNIBUS

Adriano na tribuna falou em nome dos usuários do transporte coletivo

Foi homologado no dia 03 de julho pelo Conselho Superior (CS) da Agergs (Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do RS) o reajuste de 6,28% para o transporte intermunicipal de passageiros da Região Metropolitana de Porto Alegre. O processo será agora encaminhado à Metroplan (Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional), Poder Concedente do serviço, que deve publicar a definição antes do índice entrar em vigor. O realinhamento tarifário vale para todas as linhas que prestam o serviço na região.
A Diretoria de Tarifas da Agência apresentou em Audiência Pública, no dia 20 de junho, a metodologia de cálculo que gerou o índice aprovado hoje. O procedimento adotado utilizou a cotação de preços de insumos no mercado e manteve constantes os valores do Percurso Médio Anual (PMA) e o aproveitamento econômico do serviço.
Sempre aberta ao público, a reunião foi coordenada pelo Conselheiro-Presidente Manoel Maria dos Santos, com as presenças dos Conselheiros Edmundo Fernandes da Silva (Revisor), Luciano Schumacher Santa Maria, Juarez Molinari, Vicente Paulo Mattos de Britto Pereira (Relator) e Ayres Luiz Apolinário, assim como o Diretor-Geral da Agergs, Ricardo Pereira da Silva. Manifestaram-se o representante da ATM (Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros) e Adriano Araújo da Fracab (Federação Riograndense de Associações Comunitárias e Moradores de Bairro); e estavam na sessão ainda representantes da Metroplan, AGTM (Associação Gaúcha de Pequenas e Médias Empresas de Transportadoras de Passageiros) e de empresas prestadoras e usuários voluntários presentes.

Link:http://www.agergs.rs.gov.br/site/noticias_detalhe.php?idNoticia=7443&titulo=Conselho%20aprova%20reajuste%20do%20transporte%20intermunicipal%20metropolitano

Pronunciamento na integra:


        Quero saudar inicialmente o Presidente do Conselho Senhor Manoel Maria, os demais membros desse colegiado, os funcionários da Agergs, os representantes da Metroplam, dos empresários, dos trabalhadores, a imprensa e a sociedade gaúcha.
A FRACAB no pleno exercício do seu dever em defender a cidadania e a participação popular e uma maior transparência, vem se manifestar nesta reunião do Conselho Superior da AGERGS na condição de representante dos usuários do transporte coletivo de passageiros, e expor uma série de considerações referente ao processo que ora  este conselho inicia a sua análise.
Tendo como princípios a defesa pela melhoria na qualidade de vida, praticando os princípios de autonomia, democracia e representatividade. A FRACAB sempre teve ao longo da sua participação nos conselhos que tratam do transporte coletivo de passageiros uma postura coerente e em defesa dos interesses dos usuários e da classe trabalhadora.
Hoje os governos têm até proposto e em tese estimulado a participação popular, entretanto, preciso salientar, que para nos tem sido (conforme o dito popular) jogar para torcida, porque na maioria das vezes as nossas considerações são descartadas, minimizadas ou até ridicularizadas, com o argumento de que as questões são técnicas e portanto devem ser assim tratadas.
E pergunto aos Senhores, como é possível ser técnicas se a informação do número de passageiros transportados no ano anterior é omitida, como é possível não proceder a revisão do número de veículos já que não existe parâmetros que se possa medir a quantidade aproximada de veículos que seja necessário para prestação do serviço.
Abro aqui um parêntese para reforçar o que estou dizendo: Nos próximos dias esse conselho estará realizando audiência pública pra tratar do reajuste do longo curso e o conselho de Tráfego do Daer,  o processo tramita a toque de caixa, os usuários e trabalhadores quando apresentam questionamentos, são desconsiderados, Senhores, o aumento da tarifa foi aprovado em 15 minutos, após ter sido lida o pedido de vistas, para nos esta claro e nítido que temos uma decisão de política ao votar os reajustes sem levar em consideração o que pensa a sociedade. È obvio que a questão técnica é deixada de lado e vale a conveniência política, talvez a proximidades das eleições seja o ponto chave para se evitar o desconforto de autorizar um reajuste desagradável aos eleitores em uma época tão sensível. E as denuncias e questionamentos que são realizadas deveriam por parte do conselho ser acatadas, ou quem sabe reconhecido às fragilidades das informações disponíveis para ser realizado o cálculo tarifário.

Retomando o raciocínio sobre o reajuste metropolitano:
Iniciamos uma análise mais detalhada do processo. Essa análise significa, dentre outras coisas, verificar e comparar as informações apresentadas.
E de imediato ficou claro que a planilha que subsidia a composição dos índices que justificariam o aumento proposto, omite informações fundamentais e cruciais, as demais peças que compõem o processo, são no mínimo questionáveis e apesar de todas as considerações que temos feito nas reuniões do CETM ainda não obtivemos por parte da Metroplam, a devida atenção necessária as nossas inquietações por uma série de empecilhos, ora pela falta de parâmetros, de pessoal e por fim pela escassez de tempo. E a necessidade de seguir um cronograma de datas e prazos que beneficia única e exclusivamente uma parte dessa pirâmide as concessionárias. 
Diante do vi de imediato propus a suspensão da tramitação do processo, até que por exemplo: o número de passageiros transportados seja informado, que fossem apresentados os dissídios dos demais sindicatos conforme orientação da Agergs, que seja esclarecido qual a razão da existência de informações contraditórias entre o inicio do pagamento do reajuste salarial conforme oficio da SETERGS e dissídio coletivo dos trabalhadores, bem como, quanto é gasto efetivamente o peso dos benefícios pagos trabalhadores, a urgente revisão do número de veículos cadastrados na Metroplam, já que ouve um acréscimo de mais de 8%, tendo em vista, a ausência de parâmetros justos para a necessidade da RMPA.

Encerro por aqui sem antes fazer justiça e em especial a Dr. Nívea Opermann, que tem sido incansável,  na tentativa de produzir uma reavaliação da planilha, bem como a todos os membros dessa comissão de estudos tarifários, cada um na defesa do seu pensamento , quero enfatizar que pra mim essa comissão só terá cumprido o seu papel ser for capaz de produzir a redução no valor da tarifa do transporte coletivo metropolitano.

Senhor Presidente peço autorização para encerrar lendo um poema

A comunidade reunida,
Neste encontro fraternal,
Vai trabalhar decidida,
Até a vitória final!

Unidos nós venceremos,
Quem nos quer acorrentar,
Sempre livre nós seremos,
Contra o mal vamos lutar,

Da FRACAB, a bandeira,
Todos nós vamos erguer,
Ela vai ser a trincheira,
Para os problemas vencer,

Dentro da Lei, também da ordem,
Com plena democracia,
Queremos fim a desordem,
à injustiça, a  tirania

O povo é nosso escudo,
Suas causas, nosso fanal,
Com Deus venceremos tudo,
Até mesmo o mal,

Com o povo organizado,
E o poder constituído,
-Nosso Brasil, tão amado,
Terá seus males vencidos.

Nelson Fachinelli

Poema lido originalmente em Porto Alegre, madrugada de 26 de agosto de 1980)

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