sexta-feira, 30 de setembro de 2011

DAER promove debate sobre acessibilidade no Transporte coletivo do Estado

Diretoria de Transportes Rodoviários e representantes do transporte discutem políticas para pessoas com deficiência e baixa mobilidade no transporte
A Diretoria de Transportes Rodoviários (DTR) do DAER realizou nesta terça-feira (27), no Auditório Paulo Freire do Centro Administrativo Fernando Ferrari, reunião debate para escutar sugestões para a criação de uma política para pessoas com deficiência e baixa mobilidade no sistema de transporte coletivo intermunicipal de longo curso. O evento contou com a presença do Diretor de Transportes Rodoviários Saul Sastre, do representante da SEINFRA, Lauro Hagemann, dos superintendentes da Diretoria de Transportes, o Engenheiro Mecânico da Marcopolo, Leandro Pavan e representantes do setor de transportes no Estado.

Sastre iniciou seu pronunciamento destacando o objetivo do evento que é conhecer as propostas apresentadas pela Marcopolo e escutar sugestões dos participantes. “Vamos nos empenhar para que nosso transporte seja modelo em todo o Brasil”. Dando continuidade mostrou o organograma da Diretoria de Transportes Rodoviários, apresentou o mapa estratégico da diretoria com o uso do Balanced Scorecard, elaborado em conjunto com os seus superintendentes. “Este é um modelo de gestão estratégica que auxilia a mensuração do progresso das organizações rumo à suas metas de longo prazo, a partir da tradução da visão em objetivos, indicadores, metas e projetos estratégicos”, explicou Sastre.


O representante da Marcopolo, Leandro Pavan, apresentou duas soluções estudadas pela empresa para o transporte de pessoas com baixa mobilidade, sendo a cadeira de transbordo e o elevador externo. Conforme Pavan, “desde 2007 os veículos de transporte devem ter o selo de acessibilidade obtido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia)”. A Marcopolo segue as normas exigidas pela portaria do INMETRO 168/8, NBR 15320 da ABNT e as resoluções do CONTRAN 316/09 e 319/09.

Após a explanação da Marcopolo foi aberto ao debate. O primeiro a se manifestar foi o Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (COEPEDE), Roberto Oliveira, sugerindo que não se investisse tanto nas cadeiras de transbordo, “estas passam insegurança e faz com que necessitamos sempre de outra pessoa para nos auxiliar”. O Vereador de Cachoeirinha, Luiz Henrique Tino, que é cadeirante, salientou a dificuldade de se locomover até o sanitário dos ônibus na cadeira de transbordo, “as normas estabelecidas pelo Inmetro não estão de acordo com o que o cadeirante realmente precisa, já desisti várias vezes de viajar por saber das limitações que teria”.

O representante da Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul (FETERGS), Pedro Guarnieri, explica que o investimento nos elevadores seria complicado pelo peso do equipamento, “os ônibus de hoje já estão no limite máximo permitido pelas balanças, com a implantação dos elevadores, que é de aproximadamente 500 kg, vai ficar impossível trafegar nas rodovias do Estado”, afirma Guarnieri.

Por fim, foi acordado a criação de um grupo de trabalho para realizar pesquisa quantificando as formas de deficiência, para buscar a melhor maneira de acessibilidade de acordo com a necessidade, aprimorando uma política de inclusão social junto ao transporte coletivo de passageiros de longo curso.

Outras Metas

O Superintendente de Terminais Rodoviários do DAER, Ricardo Moreira Nuñez, lembra que as adaptações também serão executadas nas Estações Rodoviárias do Estado, “a partir das novas licitações, as rodoviárias estarão bem mais apropriadas para receber as pessoas com deficiência e baixa mobilidade”. O Presidente do Sindicato de Agências e Estações Rodoviárias no Estado do Rio Grande do Sul (SAERRGS), Glauber Gobatto, reitera que “nosso objetivo é fazer com que os passageiros se sintam a vontade e em segurança nos terminais rodoviários”.

Visita à Marcopolo

No mês de abril o Diretor de Transportes Rodoviários do DAER, Saul Sastre, esteve na Marcopolo, em Caxias do Sul, para buscar uma solução conjunta para questão de acessibilidade em ônibus intermunicipais. Ao lado dos dirigentes da RTI (Associação Rio-Grandense de Transporte Intermunicipal), Jefferson Lara, e da AGPM (Associação Gaúcha de Pequenas e Médias Empresas Transportadoras de Passageiros), Ernani Kahmann, Sastre solicitou um estudo para construção de um elevador adequado para atender pessoas com deficiência e com baixa mobilidade. “Dessa forma, a sociedade pode amenizar o débito social com esta parcela da população. A política, por sua vez, transforma isso em realidade”, diz.

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